sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Parte Oito: Quatro Dias

Já se passaram quatro dias.

Hoje haveria, segundo o informante, uma batalha. Rilke já não sabia mais se ela ocorreria no mesmo lugar, devido a uma informação removida do peão. É triste de dizer, mas o pirata possui também alguns poucos peões, pessoas que ele usa. Isso o faz mal?

Estava olhando para o céu enquanto navegava a Decerto. De repente saiu dos seus lábios a pergunta "O que é o movimento?". Piscou. Fantasiou por um instante que se encontrava com o homem da montanha. Imaginou-se beijando-lhe a fronte, embora quisesse na verdade se imaginar cortando-lhe a garganta. Não conseguiu.

Também não havia se encontrado com o Conde. Era uma armadilha. Amanhã o Conde iria para a Ilha do Dragão marinho. Haveria uma chance, mas acontece que Rilke não queria também tornar-se um conde.

Existem três lugares em questão: Encontro, A Mansão e o Palco.

Encontro era o campo de batalha de hoje. Não havia certeza se haveria mesmo a tal batalha hoje, por isso Rilke imaginava se ele iria colocar a vela que rumava para Encontro em Decerto. Rilke também encantou-se um pouco com o nome. Encontro. Quem vai para lá, encontra algo? Pensou que sim, mas... para onde nós vamos que não encontramos nada? Existe tal lugar?

Talvez os encontros que ocorrem em Encontro sejam diferentes. O que Rilke encontraria lá? Seria algo bom ou algo ruim? O pirata só queria encontrar uma única coisa no mundo.

Olhou para trás. O Dragão marinho ainda o seguia.

(E a sua indiferença era apenas para esconder o enorme amor que brotava)
(Mas lhe disseram uma vez que a indiferença era muito pior do que a raiva; por isso ele não queria ser totalmente indiferente. Medo de perder mais ainda o que já foi perdido)

E fica a pergunta.... O que irei encontrar hoje?

Um comentário:

Icaro Rabelo disse...

O marujo não acreditaava que Rilke quisesse ficar acordado. Isso instigava. Porque alguém há de querer ficar acordado tanto tempo ?
Não sei, quero saber rápido.
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